sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Exercício Supino Aberto ou Fechado?

O treinamento com pesos tem se popularizado de forma crescente; estima-se que no ano de 1998 mais de 40 milhões de Americanos tornaram-se adeptos, com um aumento no número de atletas e técnicos utilizando o treinamento resistido de forma suplementar às suas rotinas de treinamento específicas à modalidade esportiva, bem como as pessoas que freqüentam as academias com propósitos estéticos.
O supino é um exercício bastante popular, especialmente entre aqueles que almejam propósitos estéticos. Entretanto, devido ao emprego incorreto da técnica durante o exercício de supino, estes indivíduos aumentam o risco de desenvolver lesões agudas e crônicas no ombro.
O sistema músculo-esquelético envolvido na articulação glenoumeral fornece a base que permite a movimentação da barra durante o supino. O desempenho do supino pode colocar a articulação glenoumeral em aproximadamente 90° de abdução, incluindo ainda nesta posição um componente de rotação externa. Noventa graus de abdução combinados com a rotação externa tem sido definida como uma “posição de risco” que pode aumentar a incidência de lesões na articulação do ombro. Tem-se documentado que um espaçamento das mãos durante a pegada aberta (largura posição além dos ombros) aumenta a abdução do ombro acima de 75°, enquanto um espaçamento das mãos fechada (altura dos ombros ou menos) mantém a abdução do ombro abaixo de 45°. Entretanto, o grau de rotação externa é mínimo durante o supino reto no banco, mas aumenta em proporção ao ângulo de inclinação durante o supino inclinado.
Lesões agudas e lesões crônicas decorrentes do uso prolongado são comuns. O risco de lesões tanto agudas quanto crônicas pode aumentar por meio dos movimentos repetitivos executados com o ombro em uma posição próxima a 90 graus de abdução, comumente observado durante a realização do supino com uma pegada aberta. O risco pode aumentar ainda mais com maiores níveis de rotação externa, levando a uma posição considerada de risco.

Mecanismo de Lesão.
Durante o supino, a extensão do ombro durante a fase descendente (excêntrica) causa o aumento da tração na articulação acromioclavicular. Técnicas mal empregadas aumentam o risco para o desenvolvimento de lesões. Os exercícios documentados que produzem dores incluem o supino com pegada aberta (maior distância entre as mãos), fly inclinado, desenvolvimento com barra atrás da cabeça e posições que levam o úmero a uma posição de abdução e rotação externa.
As cargas, repetições e séries executadas durante o levantamento de pesos podem levar a uma situação de over-use (desgaste por movimentação excessiva), lesões tipicamente crônicas conforme os atletas praticam seu treinamento com cargas equivalentes a 80-100% de uma repetição máxima. Uma variedade de técnicas tais como as super-séries e séries compostas, contrações excêntricas e repetições forçadas até a falência muscular são adotadas por muitos atletas combinadas com um número de diferentes exercícios (variações de exercícios de desenvolvimento para ombros, pec-dec, flyes), levando à fadiga muscular. A utilização de repetições forçadas e repetições excêntricas aumentam a carga sobre as estruturas esqueléticas e músculo-tendíneas, aumentando o risco para lesões, especialmente se utilizadas regularmente. Estudos de caso têm demonstrado lesões podem ocorrer durante a sobrecarga exercida na fase excêntrica do movimento, quando a junção músculo-tendínea encontra-se em seu ponto de maior alongamento; portanto, a utilização regular de repetições excêntricas pode aumentar o risco deste tipo de lesão.
A natureza repetitiva e a utilização de cargas elevadas durante o treinamento com pesos podem permitir um ambiente propenso a lesões crônicas, sendo muito comum a busca por superação de limites, neste caso erguer as maiores cargas a despeito da dor, aumentando assim o risco para lesões.
É consenso geral que a utilização de uma pegada mais fechada durante o supino produz menos stress na articulação acrômio-clavicular, no ligamento gleno-umeral inferior e no músculo peitoral maior. Por meio do ajuste do espaçamento das mãos durante a pegada na altura dos ombros ou menos, os componentes angulares resultantes da abdução podem ser reduzidos. Estes, por sua vez, causarão uma diminuição do pico de torque e stress que ocorrem na articulação do ombro, reduzindo potencialmente o risco de lesões nestas estruturas.












GREEN C.M., COMFORT P. The Affect of Grip Width on Bench Press Performance and Risk of Injury. National Strength and Conditioning Association V.29 N5 pp 10-14 2007














Prof.: Caco

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